Programas especiais, como é o caso do Minha Casa, Minha Vida, foram criados nos anos recentes
voltados para uma classe emergente. A concessão de créditos sabidamente envolve riscos, mas não são
divulgados no Brasil estudos de avaliação da inadimplência destes programas. Este artigo foi
desenvolvido para suprir em parte esta lacuna, e procura identificar as variáveis determinantes da
inadimplência em contratos de crédito habitacional destinados à “Nova Classe Média”. As
informações utilizadas no estudo fazem parte do banco de dados de uma grande instituição financeira.
Foi empregado o modelo econométrico logístico (logit model) e utilizadas variáveis passiveis de
serem obtidas no cadastro de clientes da instituição financeira analisada e que refletem, em parte, os 5
C’s do crédito. Alguns resultados estão em linha com o esperado, sendo que a probabilidade de
inadimplência é maior para os mutuários masculinos, para os que têm maior comprometimento da
renda com os empréstimos e para os contratos com garantias mais frágeis. Outros, entretanto, são
surpreendentes. Observou-se que a probabilidade de inadimplência é maior para os mutuários casados
e para os de maior escolaridade e que ela aumenta com a idade do tomador de empréstimo.
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